Para dar conta de encaminhar seus PPCIs e alvarás, as escolas tiveram de se virar. O dinheiro que elas dispõem para providenciar os documentos vem de uma verba a de autonomia financeira. A cada quadrimestre, os colégios recebem do Estado o dinheiro para usar em despesas como manutenção, reformas, pinturas, materiais básicos (giz, folhas de ofício, etc). É desse valor que vai de R$ 759 a R$ 5,7 mil por mês em Santa Maria, dependendo da tamanho da escola que os gestores tiveram que contratar engenheiros para elaboração do PPCI (o custo fica entre R$ 2 mil a R$ 4 mil). Depois disso, quem teve de fazer adequações precisou tirar dinheiro da verba de autonomia financeira também.
Nosso PPCI custou R$ 4 mil, e nossa autonomia financeira é de R$ 2,3 mil mensais. Com a execução das obras, o gasto superou os R$ 8 mil. É muito caro arcar com essas despesas, mesmo elas sendo fundamentais. Acredito que caberia ao governo financiar os planos afirma a diretora da Escola Gomes Carneiro, Tânia Elisabeth Martins Leão, que só respirou aliviada na última sexta-feira, quando recebeu o PPCI finalizado.
Coordenadoria diz que, em alguns caso, falta gestão do dinheiro
O relato de Tânia não é uma raridade. É quase unanimidade entre os gestores ouvidos pelo Diário.
Para a coordenadora da 8ª CRE, a situação relatada pelos diretores não serve de desculpa. Segundo ela, os gestores podem solicitar auxílio extra à 8ª CRE, que o pedido será enviado à Secretaria de Educação.
Existe complementação de verbas para auxiliar os gestores nesse tipo de situação rebate Celita.
Ainda falta achar a empresa para começar o plano
Um exemplo de quem vive na corda bamba vem da escola Dom Antônio Reis. O colégio está entre os cinco que não encaminhou o PPCI e tem o maior número de itens básicos faltando. Por ano, a escola recebe R$ 24,7 mil de autonomia financeira, aproximadamente R$ 2 mil mensais.
Não conseguimos nem encontrar uma empresa para elaborar o PPCI dentro das possibilidades. Teríamos de providenciar, antes de tudo, o laudo do gás central e colocar mais cinco para-raios. Nossa verba é insuficiente relata o vice-diretor Osvaldo Rios.
No município, só 3 dos 77 colégios têm PPCI
Na rede municipal de ensino, os números não batem. Segundo a secretária de Educação de Santa Maria, Silvana Guerino, três das 77 escolas têm Alvará de Prevenção Contra Incêndio: a Ida Fiori Druck, a Ione Medianeira Parcianello e a Santa Cecília.
Entretanto, garante Silvana, 80% das 74 restantes já encaminharam seus PPCIs. A secretária não liberou para a reportagem os nomes das escolas nem a situação de cada uma delas em relação ao alvará.
São situações individuais de cada escola. Não posso fornecer a lista porque amanhã a situação delas poderá ser diferente. Estamos nos reunindo com os diretores para saber de cada uma argumenta a secretária.
O número apresentado por Silvana não é o mesmo fornecido pelo Corpo de Bombeiros. Conforme o major Francisco Otavio Rodrigues Nunes, que está respondendo pelo 4ª Comando Regional dos Bombeiros, até quarta-feira passada, 44 escolas municipais tinham PPCIs em fase de exames na corporação.